Um texto muito curto esta semana, pois ele é um desafio para eu escrever e tenho certeza para vocês que irão ler, mas certamente muito mais desafiador para uma voluntaria específica.
Uma voluntária de 90 anos, há 20, viúva do fundador da organização onde ela é voluntária há 60 anos.
Até aqui uma história bonita de dedicação e entusiasmo por uma causa.
A causa? ELA – “esclerose lateral amiotrófica”.
Seu marido o fundador da organização social, faleceu por esta causa.
Nossa protagonista, a voluntaria, fazia de tudo um pouco na organização, mas principalmente se dedicava a administração, onde enviava e recebia cartas de empresas e doadores.
Há 60 anos, quando ainda nem existia computadores ela já fazia isto na máquina de datilografia.
Qual não foi sua surpresa quando na semana passada, recebeu um e-mail da nova gestora da organização, dispensando seus serviços voluntários através do seguinte texto:
“Sra. Voluntária, mesmo tendo sido advertida algumas vezes de forma verbal, não conseguiu se adaptar as novas regras, onde todos devem assinar seus nomes nas correspondências da organização e colocar o pronome à frente. Sendo assim agradecemos e dispensamos os seus serviços como voluntária desta organização.”
Sim este foi o motivo do afastamento da voluntária. Eu sou um defensor de ter um processo para o afastamento de voluntários, pois acredito que isso pode acontecer, mas aqui a minha indignação com este caso, que é real:
1- Será que isto é um caso para afastamento de uma voluntária?
2- Uma senhora de 90 anos, será que tem tanta facilidade de adaptação para uma nova regra?
3- Será que era o melhor local para esta senhora voluntária atuar?
4- Será que o histórico, de 60 anos de prestação de serviços deve ser interrompido por um detalhe como este? (não quero aqui tirar o mérito da questão)
5- Será que esta foi a melhor forma de se fazer um desligamento de uma voluntária com 60 anos de serviços prestados?
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