Embora cada situação seja única e cada criança encare de forma individual, existem algumas dicas que podem ajudar nessa transição. Primeiro, é importante segurar a ansiedade até que a relação tenha um certa estabilidade, porque apresentar alguém que não se tem certeza de como será o relacionamento, pode fazer com que a criança se apegue e tenha que vivenciar um luto, caso ocorra um rompimento.
Passando essa fase inicial repleta de incertezas movidas à paixão, é importante comunicar abertamente aos filhos sobre a presença de um novo relacionamento na vida dos pais e da família. Os pequenos devem ser informados de uma maneira adequada à idade e ao entendimento deles, assegurando que compreendam que essa pessoa recém-chegada ao convívio familiar não irá substituir seu pai ou sua mãe. As crianças precisam entender que a nova pessoa é alguém importante na vida dos pais, que pode ser um novo amigo(a), mas não ocupa o lugar deles.
Ao introduzir alguém na dinâmica familiar, é recomendável começar gradualmente. O ideal é iniciar a interação por meio de atividades simples como sair para um passeio em família, uma maneira leve que permite que todos se conheçam melhor. Outro ponto interessante pode ser apresentar coisas em comum entre a pessoa nova e a criança, para assim terem temas para conversar e se conectar. É importante permitir que os filhos criem seu próprio ritmo para se ajustar à nova dinâmica, sem forçar a intimidade ou a proximidade emocional. Durante o processo de inclusão da nova pessoa na rotina, é essencial que haja respeito, paciência e empatia por todas as partes envolvidas, tendo sempre cuidado para não fazer comparações entre essa pessoa e o pai ou a mãe, lembrando que cada pessoa é única e tem seu papel!
Além disso, é fundamental manter linhas abertas de comunicação com os filhos. Encoraje-os a expressar seus sentimentos e preocupações sobre a nova dinâmica familiar. Esteja disposto a ouvir e validar suas emoções, mostrando que você se importa com o bem-estar deles. A abertura para a comunicação ajudará a construir confiança e a fortalecer os laços familiares.
É importante estabelecer limites claros e previsíveis, pois crianças precisam desse direcionamento para se sentirem seguros e acolhidos. Isso significa que todos devem ter uma compreensão clara das expectativas e dos papéis de cada pessoa na família. Os filhos devem entender que, embora essa pessoa faça parte da vida dos pais, ela não tem autoridade parental sobre eles, a menos que haja um arranjo específico nesse sentido. Os limites adequados ajudam a criar uma estrutura saudável e a evitar confusões ou conflitos com ambas as partes.
Cabe ressaltar que cada família é única e o processo de inclusão de uma presença na casa e na rotina pode levar tempo e requer ajustes de todas as partes envolvidas. É essencial ser paciente e compreensivo, tanto com os filhos quanto com a nova pessoa. O respeito mútuo, a comunicação aberta, a flexibilidade e, acima de tudo, o amor são fundamentais para cultivar um ambiente saudável e harmonioso para todos.
Sobre Helen Mavichian
Helen Mavichian é psicoterapeuta especializada em crianças e adolescentes e Mestre em Distúrbios do Desenvolvimento pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. É graduada em Psicologia, com especialização em Psicopedagogia. Pesquisadora do Laboratório de Neurociência Cognitiva e Social, da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Possui experiência na área de Psicologia, com ênfase em neuropsicologia e avaliação de leitura e escrita.
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