Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam: a dependência do tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas por ano. Mais de 7 milhões dessas mortes resultam do uso direto desse produto, enquanto cerca de 1,2 milhão é o resultado de não-fumantes expostos ao fumo passivo.
A maioria das pessoas sabe que fumar é altamente prejudicial para a saúde, afinal, o tabagismo está relacionado a mais de cinquenta doenças, como infecções respiratórias, câncer, desordens cardiovasculares, problemas crônicos, infertilidade, impotência sexual, úlceras do aparelho digestivo, entre outras.
No entanto, muitos ainda não percebem os danos para a boca, gengiva e dentes. “O hábito de fumar é altamente nocivo para a saúde bucal”, alerta Bruna Ghiraldini, doutora em Implantodontia e coordenadora de P&D da S.I.N Implant System. “Fumantes têm chances elevadas de desenvolver câncer na cavidade oral e doenças periodontais”, explica. “O fumo também pode tornar a cicatrização de procedimentos dentários mais lenta e, além disso, o alcatrão do cigarro mancha os dentes e causa mau hálito”, conclui.
A especialista detalha alguns dos problemas decorrentes do fumo para a saúde bucal. Veja a seguir:
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- Autoestima prejudicada: “O fumo altera a pigmentação dos dentes que, com o passar do tempo, adquirem uma coloração amarelada que pode progressivamente evoluir para tons de cinza, marrom e preto”, alerta a Dra. Bruna. “Além disso, o hálito do paciente também fica comprometido, com um odor forte e desagradável”. Obviamente, isso impacta negativamente na vida social e profissional do paciente.
- Risco elevado para o câncer bucal: este tipo de câncer pode acometer região das bochechas, língua, céu da boca e lábios. Os sintomas mais frequentes são os inchaços e caroços na região. “O vício em cigarros, cachimbos e charutos é, inclusive, a principal causa do surgimento deste tipo de câncer”, alerta a especialista. “Fumar também aumenta a ocorrência de leucoplasia oral, lesões brancas pré-cancerosas na boca que podem evoluir para câncer bucal”.
- Maior propensão à perda dentária. Os fumantes têm maior chance de desenvolver doenças gengivais do que os não fumantes, e esse risco aumenta com o número de cigarros fumados e a quantidade de tempo fumando. E a doença periodontal é a razão número um da perda de dentes em adultos. Inicialmente, ocorre a gengivite, infecção que se desenvolve quando as bactérias ficam sob as gengivas e a placa e o tártaro se acumulam, resultando em gengivas inchadas, doloridas e vermelhas. Se não for tratada precocemente, a doença progride e se torna periodontite. Nesta fase, as gengivas começam a se afastar dos dentes, formando abscessos e ocorrem danos aos ossos e tecidos, levando à perda dentária.
- Fumar irrita os ductos das glândulas salivares. E, por isso, os fumantes têm maior chance de desenvolver estomatite nicotínica, que ocorre quando o interior da boca é exposto a um calor extremo que deixa o palato branco e com aparência de “rachado”. Saliências vermelhas também podem estar presentes, decorrentes dos ductos inflamados.
- Diminuição do olfato e paladar. A fumaça do tabaco causa um processo inflamatório permanente nos receptores de paladar e olfato. “A boa notícia é que com a cessação do hábito, a tendência é que estes sentidos voltem à normalidade em pouco tempo”, diz a especialista.
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