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Domingo, 08 de Dezembro de 2024
Mais de onze milhões de brasileiros recorrem a medicamentos para dormir; uso prolongado pode trazer mais riscos que benefícios

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Mais de onze milhões de brasileiros recorrem a medicamentos para dormir; uso prolongado pode trazer mais riscos que benefícios

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Apagar as luzes, deitar a cabeça no travesseiro, fechar os olhos e pegar no sono. Parece fácil? Nem sempre. O brasileiro está dormindo cada vez menos - e cada vez pior. De acordo com um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), pelo menos 72% das pessoas no Brasil atualmente enfrentam problemas para dormir. O que pouca gente sabe é que os prejuízos das noites maldormidas vão muito além de cansaço, irritabilidade e falta de concentração na manhã seguinte. Segundo especialistas, a insônia está associada a um maior risco de desenvolvimento de condições de saúde, incluindo doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade e distúrbios psiquiátricos, como depressão e ansiedade.

Em busca do sono perdido, mais *de* 11 milhões de brasileiros - o equivalente a 7,6% da população - usam medicamentos para dormir, segundo o IBGE. Foi o caso de Débora Castelo Branco, que, ao tentar enfrentar a insônia, acabou por se tornar dependente dos medicamentos. "Quando comecei a ter problemas para dormir, achei que seria temporário. Eu estava lidando com muito estresse no trabalho e em casa, e o sono simplesmente não vinha. Foi quando decidi recorrer a remédios, pensando que seria uma solução simples para um problema temporário", relata Débora.

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No início, de fato, os medicamentos ajudaram. “Foi como um encanto. Eu finalmente consegui ter uma noite de sono decente. Mas, com o tempo, percebi que precisava de doses cada vez maiores para alcançar o mesmo efeito. O que começou como uma solução rápida transformou-se em uma dependência que estava controlando minha vida", desabafou.

RISCOS

A biomédica da Faculdade de Medicina de Açailândia (IDOMED FAMEAC) e especialista em sono, Milca Abda de Morais, alerta para os perigos associados ao uso indiscriminado e prolongado de medicamentos para insônia. "Esses medicamentos geralmente agem no Sistema Nervoso Central. Com o tempo, eles podem gerar não só uma dependência química e psíquica. *A pessoa* pode também desenvolver tolerância, situação em que *ela* precisa de doses cada vez mais altas do medicamento para obter o mesmo efeito”, explica Milca.

Se tomados conforme prescrição médica, por curtos períodos de tempo e associados a outras formas de tratamento não medicamentosas, como terapia, higiene do sono e atividades físicas, os remédios para dormir podem ser benéficos para quem vivencia quadros crônicos de insônia. A biomédica alerta, porém, que o uso indiscriminado desse tipo de remédio pode acarretar em uma série de efeitos colaterais adversos, como sonolência diurna excessiva, tonturas, problemas de memória e concentração, e até mesmo alterações de comportamento durante o sono, como sonambulismo.

A especialista enfatiza a importância de considerar alternativas não farmacológicas, como terapia cognitivo-comportamental, exercícios físicos e a prática de uma boa higiene do sono. "Não adianta *a pessoa* fazer o uso de medicamentos para insônia se *ela* não faz a higiene do sono. É importante que *pessoas* que apresentam dificuldade para dormir considerem também outras alternativas, como terapia e exercícios físicos”, ressalta.

 
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Célio Roberto Velho

Publicado por:

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