Na prova, agendada para outubro no Havaí, os competidores têm que nadar 3,8 km, pedalar 180km e fazer uma maratona de 42,195 km, no tempo máximo de 17 horas.
Praticante de triathlon há mais de 20 anos, Andreia, decidiu se inscrever pela segunda vez no IronMan para comemorar seus 50 anos. Ela já havia feito esta prova em 2012, mas sem pretensão de uma classificação para o mundial. “Naquele ano, o objetivo era testar meus limites, um novo desafio. Mas, neste ano, eu queria mesmo ir para o mundial porque estava mais preparada”, conta.
O problema é que, no meio da preparação para a edição nacional do IronMan, a atleta descobriu um tumor neuroendócrino, que é um tipo raro de câncer que se origina nas células do sistema neuroendócrino. No caso dela, foi no apêndice. “Comecei a treinar para a edição nacional em janeiro deste ano. No final de março deste ano, descobri que tinha um tumor maligno, que foi retirado durante o procedimento cirúrgico de urgência. E a prova aconteceria 60 dias depois”, conta.
Neste momento, o sonho de ir para o mundial caiu por terra. “eu não tinha mais grandes pretensões. Queria apenas comemorar meus 50 anos, testando meus limites, tirar o foco da doença e colocar no esporte”, conta. A atleta teve que ter uma preparação mais restrita, uso de antibióticos e muitos exames de acompanhamento para ver se não tinha metástase.
No final de maio, Andreia foi para Florianópolis participar, finalmente, da edição nacional do IronMan, que era classificatória para a edição mundial da competição. E eis a surpresa. Concorrendo com dois mil competidores, a atleta fez a prova em 11 horas, 28 minutos e 59 segundos e conquistou o quarto lugar em sua categoria, garantindo uma vaga para o IronMan Mundial, que acontecerá em outubro, no Havaí. “Eu não esperava mais este resultado. Foi um grande presente”, comemora.
Na torcida
Ansiosa para a competição de outubro, Andreia está recebendo a torcida de esportistas, amigos e colegas de profissão. A URBS Imobiliária, da qual é parceira há dois anos, vai doar parte das despesas da viagem da atleta para o Havaí, que terá o custo total de 30 mil reais.
“Pelo fato de eu ter tido uma superação enorme, de ter conseguido me dedicar a prova e, ao mesmo tempo, conseguido me dedicar ao trabalho, sem ter deixado a bola cair de nenhum dos lados, os gestores da empresa se sensibilizaram com a minha história, e para me ajudar, eles se dispuseram a me patrocinaram com 35% do valor da minha viagem”.
Ela comenta que essa atitude da empresa a deixou muito feliz e confiante, pois revela o desejo da empresa em reconhecer o esforço de seus profissionais. É que, enquanto lutava contra o câncer e se preparava para a prova, Andreia também continuou sua profissão. Há 10 anos envolvida com o mercado imobiliário, ela usou um ponto positivo da profissão de corretor de imóveis, a flexibilidade, para continuar ativa, conciliar os treinos e o tratamento. “Acordava 4h da manhã para treinar e depois me dividia entre consultas, exames e atendimentos ao cliente. E continuei batendo as minhas metas”, disse.
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