Profissionais da área médica, estudantes de medicina e residentes de cardiologia participaram do 1º Simpósio Internacional de Cardiologia Intervencionista, realizado nos últimos dias 2 e 3 de junho, em Florianópolis. Pioneiro no país, o evento apresentou as novas tecnologias, procedimentos e técnicas mais modernas na área.
De acordo com o médico cardiologista intervencionista Dr. Marcelo Harada, um dos expoentes quando o assunto é cardiologia intervencionista no Brasil, e organizador do Simpósio, o encontro gratuito realizado no Imperial Hospital de Caridade apresentou os novos conceitos da cardiologia. “Nos dois dias apresentamos tudo que há de mais moderno na intervenção cardiológica, como métodos menos invasivos que a cirurgia cardíaca, que são os implantes de stents em pacientes inelegíveis para cirurgia ou que não querem operar, além de tecnologias novas em prol do benefício do paciente”, ressaltou o médico.
Nomes importantes da nova geração da cardiologia mundial participaram do evento realizado em parceria com o Grupo Baía Sul, Hospital Baía Sul e Imperial Hospital de Caridade. Dentre eles, o Dr. Lorenzo Azzalini, considerado o líder da nova geração da cardiologia. No Simpósio, o médico, que é italiano e atua na universidade de Washington, em Seattle, nos Estados Unidos, apresentou uma aula magna falando sobre a importância da nova tendência CHIP para angioplastia nos casos complexos.
De acordo com Azzalini, essa é uma excelente opção de procedimento, pois em um ou dois dias depois da intervenção, o paciente já volta à vida “normal”. Antes, esse prazo era de uns seis meses, o que segundo o médico é um avanço significativo na qualidade de vida. “Não podemos esquecer que esses pacientes são também pais, mães, avós, então eles têm filhos, têm netos, têm responsabilidades, trabalham, então, eles podem voltar a trabalhar mais cedo e ficar com quem amam e desfrutar de mais qualidade de vida”, salientou o médico.
A primeira edição do Simpósio Internacional de Cardiologia Intervencionista contou ainda com a participação do Dr. Neisser Morales, que é chefe do departamento de intervenções complexas do principal hospital do México. A unidade configura entre os melhores operadores da América Latina.
No encontro, o cardiologista mexicano falou sobre a concentração das tecnologias nas cidades grandes e como isso acaba dificultando o acesso desses tratamentos da população que mora em regiões do interior. “Nas grandes cidades a gente tem muita tecnologia, mas nas cidades pequenas é muito complicado ter esses dispositivos. Inclusive os operadores também não sabem o que fazer com isso. Acho que o Brasil e o México são parecidos nesse aspecto, ambos têm aparelhos e acesso à tecnologia em cidades grandes, mas fora das grandes metrópoles não”, pontuou Morales.
Ainda no encontro, o diretor científico do simpósio, o Dr. Carlos Campos, comentou que um dos destaques abordados nas palestras foi o uso da inteligência artificial nas cirurgias cardíacas. “Nós tivemos a oportunidade de trazer para o Brasil o uso da inteligência artificial no laboratório de cateterismo. Com o auxílio da inteligência artificial, a gente consegue praticar a desobstrução das artérias do coração. Para isso, existe um software que a gente analisa a artéria coronária por dentro uma resolução de um microscópio e isso nos ajuda a planejar o procedimento”, completou.
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