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Rodrigo Reis[/caption]
O medo não é uma perturbação psicológica, ele está entranhado na própria existência humana, não é sinônimo de desamparo, mas faz parte de nosso desamparo social e cultural.
O que é duvidoso, é como será nossa relação com esse afeto, da via do encorajamento ou da castração? É essa escolha tem mais a ver com nossa história pregressa do que com uma escolha consciente ou motivacional.
O medo pode ser um casamento com a morte, sintoma de um encadeamento de culpas e outras narrativas passadas, sintomas a dizer, denunciar, sem mais.
Mas, importante não espere a ausência de medo para caminhar, esse afeto é inerente a estar e ser no mundo. Tropeçar também é caminhar, diria Freud. Claudicar também é desejar, é dar vida ao que é seu, mas fora vilipendiado até aquele momento. Vá, mas só vai...
Ah, e não adianta ler sobre, ok? Não há o que se possa fazer pelo medo, a não ser falar sobre ele, reconhecê-lo como afeto obrigatório da vida. Coloca na palavra, coloca na palavra de novo, ressignifica, repensa, sente de outra forma, o percurso vai se alterando.
E, por isso não há proteção contra o medo, a coragem desejosa de viver uma vida a despeito dele.
Quem é o novo Colunista da Folha de Florianópolis? Rodrigo Reis é psicanalista, pesquisador do sofrimento psíquico no mercado de trabalho neoliberal, escritor e criador do Canal Cavaleiro das Letras
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