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Prevenção e detecção precoce contribuem para reduzir incidência e mortalidade de câncer de boca
Célio Roberto Velho
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O câncer na região da cabeça e pescoço tem alto índice de cura, podendo chegar a 90%, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP). No entanto, é preciso ser detectado precocemente para ser tratado a tempo, sendo esse um dos principais alertas da campanha Julho Verde. “O diagnóstico pode não ser tão óbvio e requer avaliação minuciosa e detalhada do cirurgião dentista especializado ou cirurgião de cabeça e pescoço, pois a lesão pode se apresentar de diversas formas”, afirma a Dra. Kizzy Fernandes Ishikawa, cirurgiã dentista integrante da Oncoclínicas na Grande Florianópolis.
A previsão da incidência para este ano é de 39.550 novos casos. Porém, se somar o câncer de pele melanoma, que também pode afetar essas zonas, o número sobe para 48.530, conforme dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Dra. Kizzy explica que dentre os tipos de câncer em cavidade oral, o Carcinoma Espinocelular (CEC) é o mais frequente e geralmente ocorre em mais de 90% dos casos. Dentre os principais fatores de risco estão a radiação ultravioleta, atingindo principalmente os lábios, tabagismo, etilismo e infecção pelo HPV (Papiloma Vírus Humano).
Além de evitá-los, são recomendadas a vacinação contra o HPV e uma avaliação odontológica periódica. “A oportunidade para o diagnóstico precoce pode ocorrer em lesões assintomáticas e potencialmente malignas, para isso, é necessário a capacitação dos profissionais de saúde para orientar os indivíduos a reconhecerem os principais sinais e sintomas”, destaca Dra. Kizzy. Entre eles estão manchas e placas brancas ou avermelhadas na cavidade oral ou nos lábios. Essas alterações também podem ocorrer na região de cabeça e pescoço, além de nódulos, feridas que não cicatrizam, dificuldade em deglutir ou falar
Plano de tratamento em equipe
O cirurgião dentista pode auxiliar no diagnóstico com a realização de biópsias e exames de imagens. Após a avaliação, o paciente é encaminhado ao serviço de oncologia ou cirurgião de cabeça e pescoço. Dependendo de cada caso, poderá ser indicado cirurgia, radioterapia e quimioterapia/imunoterapia, utilizadas isoladamente ou de forma combinada, de acordo com o estágio e a localização do tumor.
Dra. Kizzy esclarece que a definição do plano de tratamento é, em geral, realizada por uma equipe multiprofissional, que pode ser composta por dentista, cirurgião de cabeça e pescoço, oncologista e radio-oncologista. “O câncer em região de cabeça e pescoço tem cura, mas o atraso no início do tratamento está associado a desfechos desfavoráveis, como menor sobrevida e qualidade de vida. Por isso, as pessoas devem estar atentas às alterações em cavidade oral e buscar o atendimento especializado”, alerta.
O cirurgião dentista também tem papel fundamental durante e após o término do tratamento porque as terapias podem gerar efeitos colaterais em cavidade oral, como secura bucal intensa, aumento de infecções oportunistas e cáries por radiação, entre outras. “Com a prevenção e protocolos específicos para cada situação, o profissional terá mais condições de auxiliar o paciente na adesão ao tratamento, minimizando dor, interrupções, internações e levando à melhora da aceitação alimentar e, consequentemente, com mais qualidade de vida”, finaliza.
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