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Segunda-feira, 09 de Dezembro de 2024
Transforme-se: campanha conscientiza sobre a doação de órgãos, tecidos e medula óssea

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Transforme-se: campanha conscientiza sobre a doação de órgãos, tecidos e medula óssea

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Dia 27 de setembro é considerado o Dia Nacional da Doação de Órgãos. No mês passado, o caso do apresentador Fausto Silva, que recebeu um novo coração, reacendeu a importância deste ato que pode salvar vidas. Quem doa órgãos pode beneficiar e salvar, pelo menos, dez vidas. Atualmente, o país possui 65 mil pessoas na fila de transplante de órgãos, o mais aguardado é o rim, que conta com mais de 36 mil pessoas na fila, seguido pela córnea, com cerca de 25 mil à espera, em seguida vem o fígado, com 2.228 solicitações, de acordo com dados do Ministério da Saúde. O transplante de medula também tem uma significativa fila, com 650 pessoas, a informação é do Registro Brasileiro de Doadores de Medula Óssea (Redome).
Entre janeiro e junho de 2023, o país registrou 1,9 mil doadores efetivos de órgãos, de acordo com dados do Sistema Nacional de Transplantes (SNT). O número é 16% superior ao contabilizado no mesmo período de 2022 e o maior dos últimos 10 anos. O órgão mais doado foi o rim, seguido de fígado e coração. Apesar do número ter aumentado, no ano passado, mesmo após morte encefálica comprovada, cerca de 42% das famílias não concordaram com a doação, segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). A cada milhão de pessoas, menos de 20 são doadoras de órgãos, o que aumenta a fila de espera por um transplante. Dentre os órgãos que podem ser doados, estão coração, rins, pâncreas, fígado, pulmões e tecidos (córnea, pele, ossos, válvulas cardíacas, cartilagem, medula óssea e sangue de cordão umbilical). Já os tecidos são os ossos, córnea, válvulas cardíacas, cartilagem, medula óssea e sangue de cordão umbilical. Alguns deles podem ser doados ainda em vida, como: um dos rins, metade do pulmão, parte do fígado e a medula. Os outros, apenas com a morte encefálica, que geralmente é resultado de traumatismo craniano ou AVC (derrame cerebral). Todos os anos, diversas ações são realizadas, a fim de aumentar a abrangência de potenciais doadores e apoiar a doação, e neste ano, a campanha “Transforme-se” tem este objetivo. O projeto acontecerá entre os meses de setembro e dezembro e vai contar com uma série de vídeos documentais, em que transplantados contam suas histórias de vida e todo o processo de receber um novo órgão, além de postagens e publicações que visam a conscientização. A campanha é apoiada por algumas organizações sociais, entre elas o Instituto do Bem, Instituto Gabriel, Associação da Medula Óssea (AMEO) e Associação Brasileira de Transplantados (ABTX), e busca passar a mensagem de que, por meio da doação, a vida de outras pessoas pode continuar. O ato é também a esperança que renasce para quem está na fila. Uma das pessoas beneficiadas por um novo órgão e que teve uma nova chance de viver, foi a fotógrafa Priscilla Fiedler. Ela, que sempre teve uma rotina saudável, começou a passar mal, e logo que foi ao médico descobriu que estava com um quadro de anemia, desenvolvida por conta de uma doença renal crônica. Neste momento, ela teve duas opções, a de iniciar o tratamento de cabeça erguida ou se entregar à doença, e a segunda opção não passou por sua cabeça um dia sequer. “Um dia eu estava trabalhando e no outro eu estava no hospital fazendo hemodiálise. Não foi uma doença progressiva em que eu fui fazendo tratamento. Eu descobri de um dia para o outro e foi bastante impactante, mas eu resolvi levar isso e aceitei fazer o tratamento”, explica Priscilla. A espera Desde o começo do tratamento a fotógrafa passou a integrar a fila do transplante, iniciando assim a espera pela tão sonhada ligação de esperança, que demorou seis meses para acontecer. “Para quem faz hemodiálise, cada dia é sofrido e, apesar da espera ter sido rápida, para mim, seis meses foram eternos. Acho que ter uma compatibilidade sanguínea mais comum foi primordial”. Apesar de ser por ordem cronológica, a fila possui prioridades de acordo com a gravidade do caso e a compatibilidade entre doador e receptor. A média de tempo de espera para um rim, que era o caso de Priscilla, é de três a quatro anos, mas a fotógrafa recebeu o transplante bem antes. “Tem que ter a cabeça fria, porque quando você enfrenta uma doença, você tem que ter em mente que vai dar certo e sempre esperar o melhor, além de tentar levar a vida da melhor forma possível, antes e depois. Eu me preocupo muito mais com a saúde do que antes e faço muitos exames de rotina”, destaca a fotógrafa. A vida após o transplante O transplante ocorreu em 2019, e após a cirurgia, uma nova Priscilla nasceu. “Foram diversas transformações, na saúde, na mentalidade e na vida por completo. Tudo aquilo que você pensava antes, você passa a pensar de uma forma diferente e passa a ter uma outra visão do seu dia a dia, além de dar valor a coisas que antes não dava. Muda muito nossa cabeça depois disso”. Cinco anos depois, Priscilla leva uma vida normal e cheia de esperança. Em analogia ao seu trabalho, a fotógrafa explica que da mesma forma em que ela aumenta a autoestima de diversas pessoas por meio de suas lentes, em sua vida ocorreu da mesma forma, tendo uma verdadeira renovação e novas formas de ver o mundo e todos ao seu redor. “Quando uma pessoa é doadora de órgãos ela fornece a vida e a esperança para outra pessoa que está esperando na fila. Imaginamos que salvar uma vida é um poder de super-herói, ou de um bombeiro ou um policial, mas você também tem esse poder. É uma decisão para a vida toda, e você tem que se sentir orgulhoso disso”, finaliza a fotógrafa. Como se tornar um doador de órgãos? Para ser um “doador vivo”, é importante a pessoa apresentar boas condições de saúde, passar por avaliações médicas, ser capaz juridicamente e, principalmente, concordar com a doação. Legalmente, pais, irmãos, filhos, avós, tios e primos podem ser doadores. No caso de doação para uma pessoa que não seja parente, é preciso obter autorização judicial. Todas podem ser consideradas doadoras em potencial, independentemente da idade ou histórico médico. O que determinará a possibilidade de transplante e quais os órgãos e tecidos que poderão ser doados é uma avaliação do corpo feita por meio de exames clínicos, de imagem e laboratoriais no momento da morte. O mais importante é deixar claro para a família o seu desejo de ser doador. No Brasil, o transplante de órgãos só pode ser realizado após autorização familiar. Não podem ser doadores de órgãos somente pessoas com diagnóstico de tumores malignos, doença infecciosa grave aguda ou doenças infectocontagiosas – destacando-se o HIV, as hepatites B e C e a doença de Chagas. Também não podem ser doadores os diagnosticados com insuficiência de múltiplos órgãos, situação que acomete coração, pulmões, fígado, rins, impossibilitando a doação desses órgãos. Para doação de medula óssea, basta procurar o Hemocentro mais próximo, realizar um cadastro no Redome e coletar uma amostra de sangue (10 mL) para exame de tipagem HLA. Quando surgir um receptor compatível, o doador é convidado a realizar a doação, que acontece em centro cirúrgico.
os e medula óssea Um doador pode resgatar a esperança de até dez pessoas
Dia 27 de setembro é considerado o Dia Nacional da Doação de Órgãos. No mês passado, o caso do apresentador Fausto Silva, que recebeu um novo coração, reacendeu a importância deste ato que pode salvar vidas. Quem doa órgãos pode beneficiar e salvar, pelo menos, dez vidas. Atualmente, o país possui 65 mil pessoas na fila de transplante de órgãos, o mais aguardado é o rim, que conta com mais de 36 mil pessoas na fila, seguido pela córnea, com cerca de 25 mil à espera, em seguida vem o fígado, com 2.228 solicitações, de acordo com dados do Ministério da Saúde. O transplante de medula também tem uma significativa fila, com 650 pessoas, a informação é do Registro Brasileiro de Doadores de Medula Óssea (Redome). Entre janeiro e junho de 2023, o país registrou 1,9 mil doadores efetivos de órgãos, de acordo com dados do Sistema Nacional de Transplantes (SNT). O número é 16% superior ao contabilizado no mesmo período de 2022 e o maior dos últimos 10 anos. O órgão mais doado foi o rim, seguido de fígado e coração. Apesar do número ter aumentado, no ano passado, mesmo após morte encefálica comprovada, cerca de 42% das famílias não concordaram com a doação, segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). A cada milhão de pessoas, menos de 20 são doadoras de órgãos, o que aumenta a fila de espera por um transplante. Dentre os órgãos que podem ser doados, estão coração, rins, pâncreas, fígado, pulmões e tecidos (córnea, pele, ossos, válvulas cardíacas, cartilagem, medula óssea e sangue de cordão umbilical). Já os tecidos são os ossos, córnea, válvulas cardíacas, cartilagem, medula óssea e sangue de cordão umbilical. Alguns deles podem ser doados ainda em vida, como: um dos rins, metade do pulmão, parte do fígado e a medula. Os outros, apenas com a morte encefálica, que geralmente é resultado de traumatismo craniano ou AVC (derrame cerebral). Todos os anos, diversas ações são realizadas, a fim de aumentar a abrangência de potenciais doadores e apoiar a doação, e neste ano, a campanha “Transforme-se” tem este objetivo. O projeto acontecerá entre os meses de setembro e dezembro e vai contar com uma série de vídeos documentais, em que transplantados contam suas histórias de vida e todo o processo de receber um novo órgão, além de postagens e publicações que visam a conscientização. A campanha é apoiada por algumas organizações sociais, entre elas o Instituto do Bem, Instituto Gabriel, Associação da Medula Óssea (AMEO) e Associação Brasileira de Transplantados (ABTX), e busca passar a mensagem de que, por meio da doação, a vida de outras pessoas pode continuar. O ato é também a esperança que renasce para quem está na fila. Uma das pessoas beneficiadas por um novo órgão e que teve uma nova chance de viver, foi a fotógrafa Priscilla Fiedler. Ela, que sempre teve uma rotina saudável, começou a passar mal, e logo que foi ao médico descobriu que estava com um quadro de anemia, desenvolvida por conta de uma doença renal crônica. Neste momento, ela teve duas opções, a de iniciar o tratamento de cabeça erguida ou se entregar à doença, e a segunda opção não passou por sua cabeça um dia sequer. “Um dia eu estava trabalhando e no outro eu estava no hospital fazendo hemodiálise. Não foi uma doença progressiva em que eu fui fazendo tratamento. Eu descobri de um dia para o outro e foi bastante impactante, mas eu resolvi levar isso e aceitei fazer o tratamento”, explica Priscilla. A espera Desde o começo do tratamento a fotógrafa passou a integrar a fila do transplante, iniciando assim a espera pela tão sonhada ligação de esperança, que demorou seis meses para acontecer. “Para quem faz hemodiálise, cada dia é sofrido e, apesar da espera ter sido rápida, para mim, seis meses foram eternos. Acho que ter uma compatibilidade sanguínea mais comum foi primordial”. Apesar de ser por ordem cronológica, a fila possui prioridades de acordo com a gravidade do caso e a compatibilidade entre doador e receptor. A média de tempo de espera para um rim, que era o caso de Priscilla, é de três a quatro anos, mas a fotógrafa recebeu o transplante bem antes. “Tem que ter a cabeça fria, porque quando você enfrenta uma doença, você tem que ter em mente que vai dar certo e sempre esperar o melhor, além de tentar levar a vida da melhor forma possível, antes e depois. Eu me preocupo muito mais com a saúde do que antes e faço muitos exames de rotina”, destaca a fotógrafa. A vida após o transplante O transplante ocorreu em 2019, e após a cirurgia, uma nova Priscilla nasceu. “Foram diversas transformações, na saúde, na mentalidade e na vida por completo. Tudo aquilo que você pensava antes, você passa a pensar de uma forma diferente e passa a ter uma outra visão do seu dia a dia, além de dar valor a coisas que antes não dava. Muda muito nossa cabeça depois disso”. Cinco anos depois, Priscilla leva uma vida normal e cheia de esperança. Em analogia ao seu trabalho, a fotógrafa explica que da mesma forma em que ela aumenta a autoestima de diversas pessoas por meio de suas lentes, em sua vida ocorreu da mesma forma, tendo uma verdadeira renovação e novas formas de ver o mundo e todos ao seu redor. “Quando uma pessoa é doadora de órgãos ela fornece a vida e a esperança para outra pessoa que está esperando na fila. Imaginamos que salvar uma vida é um poder de super-herói, ou de um bombeiro ou um policial, mas você também tem esse poder. É uma decisão para a vida toda, e você tem que se sentir orgulhoso disso”, finaliza a fotógrafa. Como se tornar um doador de órgãos? Para ser um “doador vivo”, é importante a pessoa apresentar boas condições de saúde, passar por avaliações médicas, ser capaz juridicamente e, principalmente, concordar com a doação. Legalmente, pais, irmãos, filhos, avós, tios e primos podem ser doadores. No caso de doação para uma pessoa que não seja parente, é preciso obter autorização judicial. Todas podem ser consideradas doadoras em potencial, independentemente da idade ou histórico médico. O que determinará a possibilidade de transplante e quais os órgãos e tecidos que poderão ser doados é uma avaliação do corpo feita por meio de exames clínicos, de imagem e laboratoriais no momento da morte. O mais importante é deixar claro para a família o seu desejo de ser doador. No Brasil, o transplante de órgãos só pode ser realizado após autorização familiar. Não podem ser doadores de órgãos somente pessoas com diagnóstico de tumores malignos, doença infecciosa grave aguda ou doenças infectocontagiosas – destacando-se o HIV, as hepatites B e C e a doença de Chagas. Também não podem ser doadores os diagnosticados com insuficiência de múltiplos órgãos, situação que acomete coração, pulmões, fígado, rins, impossibilitando a doação desses órgãos. Para doação de medula óssea, basta procurar o Hemocentro mais próximo, realizar um cadastro no Redome e coletar uma amostra de sangue (10 mL) para exame de tipagem HLA. Quando surgir um receptor compatível, o doador é convidado a realizar a doação, que acontece em centro cirúrgico.
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Célio Roberto Velho

Publicado por:

Célio Roberto Velho

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