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Quarta-feira, 23 de Abril de 2025
Pesquisa e tecnologias promovidas pelo Governo de Minas impulsionam resgate das plantas alimentícias não convencionais

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Pesquisa e tecnologias promovidas pelo Governo de Minas impulsionam resgate das plantas alimentícias não convencionais

Desde 2008, a Epamig trabalha junto de instituições do estado para levar ao produtor tecnologias sobre as chamadas Pancs

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Às vezes de forma tímida, mas ganhando espaço, as hortaliças não convencionais, também conhecidas como plantas alimentícias não convencionais (Pancs), têm ocupado mesas, bancadas das feiras livres e festivais gastronômicos, carregando tradições e memórias afetivas.


A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) desenvolve estudos científicos e promove o cultivo de hortaliças Panc com o objetivo de resgatar práticas alimentares, diversificar a produção rural e fortalecer a segurança alimentar.

Os trabalhos tiveram início no Campo Experimental de Santa Rita, em Prudente de Morais, o que impulsionou outros dois bancos genéticos estratégicos no estado, nos campos experimentais da Epamig em São João del-Rei e Oratórios.


 

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Sara Regina - Igor Rocha /Epamig

 

Sara Regina, produtora rural, atua na terra de sua família, em Matozinhos, há 35 anos. Inspirada por suas tradições familiares, buscou apoio da empresa para aprender a identificar e cultivar as hortaliças Panc em sua propriedade.

“A Epamig trouxe orientações sobre as espécies. O que antes era visto como mato agora faz parte da minha alimentação. Além das informações, passei a receber acompanhamento técnico da Emater e Senar e incentivo para cultivar novas espécies, como a araruta, vinda de mudas disponibilizadas a partir dos estudos”, afirma a produtora.

Atuação em conjunto

Segundo a pesquisadora da Epamig Marinalva Woods, o diálogo com produtores rurais é essencial. “O produtor contribui com o seu conhecimento com a terra para junto da pesquisa. A partir desses saberes populares, trabalhamos para otimizar os sistemas de cultivo, aprimorar o produto final e difundir os resultados”, ressalta.

As hortaliças Panc integram projetos de pesquisa conduzidos pela Epamig, em parceria com instituições como a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e universidades de Minas Gerais.

Hortaliças como taioba, azedinha, capuchinha e araruta fazem parte dos projetos de pesquisa, dividindo espaço com práticas de consorciação experimental, como o cultivo do milho junto ao feijão-mangalô.



 

Marinalva Woods - Igor Rocha /Epamig

 

Comercialização e educação alimentar

Segundo a Emater-MG (2023), 614 dos 853 municípios mineiros contam com feiras, sendo que 73% são realizadas semanalmente. Nelas, as hortaliças Panc marcam presença em pequena escala. A sazonalidade das espécies e o baixo interesse comercial ainda dificultam a regularidade da oferta.

Com o objetivo de mudar essa realidade, projetos como o “Feira com Ciência”, da Epamig, buscam conectar agricultores e consumidores.

O objetivo é incentivar a produção e comercialização das Pancs em feiras livres ao envolver diretamente agricultores e consumidores nesse ambiente. O projeto atua na difusão das hortaliças ao unir informações técnicas e distribuição de material para a sociedade.

O Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) também tem potencial para ampliar o consumo de Pancs. Em Nova Lima, um trabalho da secretaria municipal de educação em parceria com a Emater-MG, proporciona aos alunos, acesso a essas hortaliças no cardápio da merenda escolar.

Além disso, iniciativas de turismo gastronômico, como o Festival de Ora-pro-nóbis, em Sabará, ajudam a popularizar as Pancs.



Desafios e perspectivas



Apesar dos avanços, o resgate dessas plantas comestíveis ainda enfrenta desafios, como a falta de conhecimento do consumidor e a baixa escala de produção.

“Investir em pesquisa, educação e divulgação é essencial para inserir as hortaliças Panc na dieta da população, valorizar o patrimônio alimentar mineiro e fortalecer as relações com o meio ambiente”, conclui Marinalva Woods.

FONTE/CRÉDITOS (IMAGEM DE CAPA): Um exemplo de sucesso entre as Panc é o pequi que, mesmo sem a produção em grande escala, compõe pratos e é amplamente comercializado em feiras
Comentários:
Célio Roberto Velho

Publicado por:

Célio Roberto Velho

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