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Quarta-feira, 23 de Abril de 2025
Especialista explica como reconhecer os primeiros sinais da doença de Parkinson e viver melhor com o diagnóstico

Saúde

Especialista explica como reconhecer os primeiros sinais da doença de Parkinson e viver melhor com o diagnóstico

A neurologista Adriana Moro destaca a importância do suporte familiar e das novas terapias no combate à doença

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Quando se fala em doença de Parkinson, a imagem mais comum é a do tremor nas mãos. No entanto, esse nem sempre é o primeiro sinal. Segundo a neurologista e professora do IDOMED, Adriana Moro, os sintomas iniciais podem ser sutis e passar despercebidos. Um deles é a alteração na escrita: a letra pode diminuir, a assinatura mudar ou tornar-se ilegível. A lentidão dos movimentos também pode indicar a doença, especialmente quando a pessoa passa a movimentar menos um dos lados do corpo ao caminhar — algo que, muitas vezes, é notado primeiro pelos familiares.

 

Há ainda sintomas não motores que podem surgir antes dos sinais mais conhecidos. Redução ou perda do olfato, alterações no sono e dores musculares, como o “ombro congelado”, podem sinalizar o problema. Por serem genéricos, esses sintomas costumam ser atribuídos a outras causas. “Diagnosticar precocemente a doença de Parkinson é fundamental”, reforça Adriana Moro. “Quanto antes a doença for descoberta, mais cedo poderá iniciar o tratamento adequado, o que contribui para retardar a progressão da doença e preservar sua qualidade de vida.”

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O cenário atual é bem mais favorável para quem recebe o diagnóstico. Avanços na medicina, novos medicamentos e o reconhecimento das terapias complementares proporcionam mais qualidade de vida. “Hoje em dia, é possível viver com Parkinson de forma muito mais ativa e independente. Temos medicamentos mais eficazes e, principalmente, uma abordagem que vai além da medicação. Alimentação equilibrada, atividade física regular, fisioterapia, fonoaudiologia e outras terapias são fundamentais. Costumo dizer que 50% do tratamento é medicamentoso, e os outros 50% vêm dessas terapias de reabilitação”, explica a especialista.

 

Entre as inovações terapêuticas, destaca-se a neuromodulação, que pode ser invasiva — como a estimulação cerebral profunda (DBS) — ou não invasiva, como a estimulação magnética transcraniana. Ambas têm mostrado bons resultados no controle dos sintomas motores e não motores. A neuromodulação foi um dos principais temas do Congresso Americano de Neurologia, realizado recentemente.

 

Além dos tratamentos médicos, soluções tecnológicas também têm facilitado o dia a dia dos pacientes. Já existem roupas e calçados com design adaptado, além de utensílios específicos para pessoas com Parkinson. A Tramontina, por exemplo, lançou um jogo de talheres com cabo reforçado e formato ergonômico, ideal para minimizar os efeitos dos tremores.

 

Embora ainda não existam medicamentos capazes de prevenir o surgimento da doença, hábitos saudáveis podem ajudar a retardar sua progressão. A prática regular de exercícios é uma das medidas mais eficazes. “Estudos mostram que pacientes que se exercitam ao menos 150 minutos por semana, em intensidade moderada a intensa, apresentam uma progressão mais lenta dos sintomas em comparação com os sedentários”, destaca Adriana. Qualquer atividade é válida, desde que feita com regularidade: exercícios aeróbicos, alongamentos, treinos de mobilidade e fortalecimento muscular.

 

Outros hábitos também contribuem, como a adoção de uma dieta anti-inflamatória inspirada na do Mediterrâneo, sono de qualidade, controle do estresse e estímulo cognitivo. Aprender algo novo, desafiar o cérebro e manter a mente ativa promovem a neuroplasticidade e melhoram tanto a resposta aos medicamentos quanto o bem-estar geral.

 

A médica ressalta ainda que o Parkinson afeta não apenas o paciente, mas toda a família. Os desafios exigem preparo dos cuidadores, que muitas vezes não sabem lidar com sintomas menos visíveis, como apatia, ansiedade, fadiga e alterações cognitivas. “O desconhecimento faz com que essas manifestações sejam interpretadas como desinteresse ou resistência do paciente, quando, na verdade, são parte da doença. Saber disso muda completamente a forma de cuidar e de oferecer suporte”, afirma Adriana.

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Célio Roberto Velho

Publicado por:

Célio Roberto Velho

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